Jovem repórter se mistura com os fatos que devia narrar, e isso deixou tanto os fatos como a reportagem bem melhores
Por Luiz Felipe Garcez
Prados Verdes realmente mostrou que não estava para brincadeira nesse sábado, dia 28/09, no encerramento da primeira parte do projeto "Minha rua tem história". A mobilização feita por nós permitiu que arrumássemos um ônibus, conseguido por mim via Micaela Costa, que trabalha na coordenação do projeto.
Éramos o bairro que mais levou gente, mesmo sendo o bairro mais distante. Sou suspeito para falar sobre isso, pois me sinto parte de Prados Verdes, mesmo morando no centro de Nova Iguaçu. Mas éramos o bairro mais animado, o mais preparado, o mais vitorioso. Vitorioso, sim. Pois mais importante que ganhar os Mp4s foi vencer nós mesmos. Eu e os jovens de de Prados Verdes vencemos nossos preconceitos, nossas expectativas, nossos sentimentos.
Eles aprenderam que Prados Verdes pode ser e é um bairro igual ou melhor que qualquer outro. Eu tenho certeza que eles se sentiram realmente de Nova Iguaçu provavelmente pela primeira vez. E eu me senti parte daquele sentimento.
Pisões no pé
Levamos “pompons” feitos de sacos plásticos, perucas e alguns apitos. Eu levei um nariz de palhaço, pra representar exatamente o sentimento que eu queria que eles tivessem: alegria. E alegria não faltou. Gritamos, pulamos, brincamos e vencemos.
O ônibus chegou com 20 minutos de antecedência e a grande maioria já esperava no ponto ansiosamente. O restou veio chegando e rapidamente entrando no clima. A viagem de uma hora e vinte minutos foi marcada com muita zoação, brincadeiras e “pisões” no pé - afinal, não entrava mais ninguém naquele ônibus. Acredito que devia ter umas 100 pessoas naquele ônibus. E eu conhecia cada um. Posso até não me lembrar do nome, mas lembro do aperto de mão, do abraço, do sorriso.
Nossa apresentação de um minuto demonstrou nossa união. Íamos apenas bater palmas e cantar “Pra pra pra pra pra pra pra Prados Verdes”, mas decidimos ali, na hora, que dois amigos iriam dançar enquanto ficássemos em uma roda, o que foi a grande marca das nossas oficinas. E foi muito bom. Todo mundo batendo palma em roda e eles dançando break no meio.
Comemoração da derrota
Enquanto a dança acontecia eu andei pela roda avisando aos berros que quando terminassem iríamos todos pular em cima deles e coincidentemente acabou exatamente na hora que eu completei toda a roda. E algo que não sairá tão cedo da minha memória é o Fernando, que é o assistente de lá, sendo o primeiro a entrar no meio da roda gritando e fazendo com que todo o resto viesse pra cima e virasse um grande caldeirão com geral pulando e gritando Prados Verdes e terminando com geral se abraçando. Mais do que demais, sensacional.
Depois de nossa apresentação, eu fiz questão de comemorar pessoalmente com cada um batendo na mão deles e gritando “uhuh”. A alegria continuou, tanto que em certos momentos éramos inconvenientes. Faustini pedindo silêncio e lá estávamos pulando e gritando. Maria Ântonia falando e nós comemorando antes de ela anunciar o vencedor.
No final, me veio à cabeça o refrão daquela música do O Rappa, a Pescador de Ilusões: “Valeu a pena ê ê ê, valeu a pena ê ê ê...”.
E hoje tenho certeza que Prados Verdes foi o vencedor e cada um que estava ali venceu e com certeza mostrou mais do que a história da sua rua e sim fez um pedaço da história da sua vida.
Um comentário:
Adorei tds os textos sobre domingo mas o q mais me chamou a atenção foi o final desse texto do Pato, adorei..
E concordo com ele plenamente, tds q estavam lá, não só Jardim Pernambuco ou Prados Verde foram vencedores!
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