quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A perseverança de Suellen

Os inúmeros percalços só fazem reforçar o sonho de Suellen para ter sua casinha
Por Gustavo dos Santos

A história da dona de casa Suellen Cristina começou em 2005, quando conheceu o atual marido. Ela tinha 18 anos e ele, 33. Resolveram morar juntos na terceira semana de namoro. O primeiro endereço foi a casa da mãe de Suellen. Mas um ano e meio depois resolveram morar sozinhos, para ter uma vida mais independente.

Depois de seis meses morando de aluguel, o marido foi trabalhar em uma obra em Angra dos Reis. Enquanto o marido emboçava a enorme casa na qual estava trabalhando, o casal tinha direito a morar num chalé. “O chalé era muito bonito e confortável”, contou Suellen, que está no Pro Jovem por pressão do marido. Ficava de frente para o mar e nos fundos havia uma mata que levava a uma linda cachoeira.” Quando o serviço acabou, o casal voltou para o Rio decidido a construir sua própria moradia.

Voltaram a morar com a mãe de Suellen e nada da obra começar. Ela começou a desistir do sonho da casa própria quando descobriu que estava grávida. “Foi aí que tudo complicou”, disse ela, que hoje acha que o maior problema da Rua Osvaldo é a falta de alternativa de lazer para a criança que gerou nesta gravidez. “O dinheiro que a gente havia juntado para a obra virou fralda de bebê.”

A obra não saiu do plano mesmo quando conseguiram o material de construção, pois coincidiu com um longo período de desemprego do marido.”Sabe como é, né?”, ironizou Suellen. “Pedreiro só tem trabalho quando tem obra.”

Acidente do marido
Apelaram até para campanha dos tijolinhos da igreja que freqüentava, mas a ajuda dos irmãos não foi suficiente para levantar a casa. “Tudo começou a dar errado”, lamentou. A salvação só veio quando um irmão da igreja arrumou um emprego público para o marido.

Mas quando a casa estava ficando pronta, um novo golpe do destino obrigou-os a interromper a obra mais uma vez quando faltavam apenas duas carreiras de tijolo para que as paredes pudessem receber as telhas. “Meu marido caiu no serviço e quebrou o pulso”, queixou-se. O marido passou um mês parado, sem receber nada.

Já ter todo o material comprado era uma bênção, porém, mais uma vez Suellen estava precisando de paciência para enfim realizar o sonho da casa própria. “Meu marido só podia pegar no pesado quando acabasse a fisioterapia.”

Solidária, a mãe de Suellen dispensou os inquilinos de uma casa de sua propriedade e a franqueou para o casal até concluírem a obra. “Hoje nós estamos terminando de construir nossa casa juntos”, disse ela, ansiosa. Para atalhar o caminho, ela própria começou a ajudá-lo nestes últimos momentos, em que faltam apenas o piso e o muro. “Estou ajudando, peneirando, levando tijolo, mexendo massa e assim construindo a nossa casinha, nosso lar.”

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