A Cacuia segundo uma jovem repórter
Por Carolina de Alcântara Lopes
Histórias, satisfação e prêmios. Estas foram as palavras chaves da primeira semana do projeto Minha Rua tem História no bairro de Cacuia. Embora o local fosse escondido, os alunos ficaram muito satisfeitos com a realização das oficinas. "Estou adorando o projeto, a gente ri bastante e se diverte. Adorei a oficina que esteve falando da árvore", afirma Joseli Silva, de 18 anos. Joseli escreveu sobre o pé de aroeira da sua casa, que a família só não derrubou para construir uma cerca porque uma vizinha disse que se tratava de uma planta medicinal.
Nas oficinas ocorreram diversas dinâmicas que chamaram a atenção dos alunos, despertando neles o interesse em conhecer o seu bairro a fundo. Essas dinâmicas contribuíram para o surgimento de histórias e lembranças das ruas e fizeram com que os alunos perdessem a timidez e começassem interagir um com outro.
Passou-se em seguida uma tarefa para casa. "Cada um de vocês tem que trazer uma história ou fato relacionado a uma árvore da sua rua ou bairro", anunciou a oficineira Sibila Pessoa. "Quero que vocês falem o que essa árvore represente para vocês." Em meio ao mar de histórias trazidas pelos jovens, destaco a de Bárbara. Ele tratava a árvore como se fosse sua filha.
A segunda semana começou com um mar de histórias. Segundo a oficineira e suas duas assistentes, as quatro histórias mais saborosas foram "A árvore assassina", de Francisco Ferreira, "A mangueira que jogava pedras, de Mileide Rodrigues, "A árvore grávida", de Daniele Carvalho Siqueira, e "O canavial do seu Horácio", de Luiz Henrique Santos. Os autores dessa história ganharam 10 horas na lan house do bairro e um MP4.
Além de levarem suas histórias, os jovens se envolveram em dinâmicas por intermédio das quais cada uma das turmas pudesse levar um único trabalho para a grande festa cívica que foi o encontro dos bairros na tarde do último sábado, na Vila Olímpica. Cacuia fez uma grande figura no sábado, com turmas organizadas e fantasiadas.
Uma das turmas tem em média 33 alunos. Embora a grande maioria seja composta de mulheres, a minoria masculina aceitou o desafio de dramatizar as diversas histórias de árvore de seu bairro. Uma das histórias que chamou a atenção dos alunos foi O boiadeiro, de Aline dos Santos, em que um aluno representou o ‘vizinho boiadeiro’; outro, a ‘vaca mimosa’; e outro, ‘a mangueira’. Vejamos um pequeno fragmento dessa história:
O vizinho boiadeiro, correndo da vaca mimosa, subiu na mangueira e ficou jogando mangas na vaca até ela ir embora, a mesma ficou dando chifradas no tronco ate cansar.
Foi engraçado e divertido ver os alunos nas dramatizações, porque interagiram entre si com suas histórias, mesmo aqueles que não representaram. Em suma, pôde-se perceber nos semblantes desses jovens o significado da palavra satisfação com a realização dessas oficinas.
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