terça-feira, 30 de setembro de 2008

Parada gay

Ninguém acreditava em Jardim Pernambuco, mas Turma D ficou com os MP4s
Por Marina Rosa

No dia final , destacava-se um grupo sem nenhuma faixa, mas chamando a atenção com muitos balões coloridos, tambores e pratos.Eram os jovens de Jardim Pernambuco. Vou descrever o sentimento que passou por ali durante o evento.
Chegando ao grupo, Silvano Rodrigues, o oficineiro, demonstra ter mais entusiasmo. É o responsável por não deixar a “poeira” baixar. “Quero muita alegria, quero ver todo o mundo botando pra quebrar.”
Pergunto o porquê de tantas bolas e fitinhas coloridas, se era pra lembrar a Parada do Orgulho Gay que estava ocorrendo naquele mesmo momento na Via Light. Viviane Carla, 24 anos, responde com sorriso no rosto: “Ficou assim, mas foi sem querer”, disse ela. “Foi pura coincidência, apenas obra dos acaso. Ninguém pensou antes na Parada Gay, até porque alguns nem sabiam. Nós optamos fazer tudo colorido porque queríamos chamar atenção, mas, se quiser, pode escrever que foi por causa do desfile ” disse,caindo na risada.

"Só tem rap"
Enquanto Marcos Vinicius Faustini dava a tão sonhada máquina digital para a melhor composição de sete linhas com as palavras Nova Iguaçu e MP4, Jardim Pernambuco se organizava para “mandar” bem na hora de cantar o grito de guerra do bairro. Alguns trouxeram uma “colinha”, com a letra escrita num papelzinho; outros a sabiam de cor e salteado.Outros nem sabiam, mas tentavam decorar ensaiando baixinho para não ficar de fora da cantoria.

Silvano comemora com o grupo: “Só tem rap gente!”, diz com a expressão de quem tem algo mais a dizer. Mas ele não se contenta e revela: “É o seguinte, nós não fizemos rap, não sei se tem alguma premiação para os minutos, mas, se tiver, creio que vamos ganhar fácil, porque fomos diferentes.”
Logo depois essa expectativa é quebrada pelo bairro Jardim Tropical que, ao se apresentar, cantaram musiquinhas em ritmo de samba,com muita batucada, ao som de uma espetacular bateria.
Ainda mais ansiosos por estarem na frente de todos para cantar a música elaborada, chega a hora de“botar pra quebrar” – como disse um jovem – mostrando que mesmo sendo os últimos a se apresentarem não deixaram a desejar em entusiasmo, carisma e vontade de ganhar. Nesse caso, os últimos serão os primeiros.

Emoção de Silvano
Maria Antônia discursa antes de anunciar o ganhador e então finalmente revela que o vencedor é o bairro Jardim Pernambuco pelo projeto “Acervo de Memórias” da turma D. A emoção toma conta de todos, especialmente de Silvano, que se mostrava tão nervoso e ansioso quanto seus jovens durante todo o evento.

Silvano conta que foram apresentados quatro projetos muito bons, e por isso tinha esperanças de que um desses ganhasse. Não tinha preferências até notar o interesse dos jurados no projeto da turma D. Brotou a partir daí uma grande expectativa em torno dele. O sonho iria se reralizar.
Apesar de já terem sido anunciados como vencedores e chamados para receber o prêmio, alguns ainda se mostravam incrédulos, esperando “a ficha cair”, mas nem por isso deixando a emoção de lado. Começam a fazer sua comemoração quando recebem os tão cobiçados MP4s. A turma confessa também que, mesmo sem querer desmerecer os outros projetos, foi mais do que justo. Haviam se empenhado desde o primeiro momento e lutavam muito para isso acontecer.

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