Jovem repórter refaz o relato de uma noite iluminada pelos olhos felizes dos jovens do Cacuia. Na primeira pessoa
Por Tatiana Sant’Anna
Nem a falta de luz foi capaz de impedir a reunião que houve na terça-feira, sendo o penúltimo encontro dos jovens do projeto “Minha rua tem história” no Cacuia, reunindo as turmas A, B, C e D. Alegria e emoção comandaram a festa dos jovens, que chegavam a somar quase 100 participantes.
O Morro da Moenda, visto de longe, estava vestido de branco, pois os alunos vinham aos montes do centro do Cacuia, em grupos de mais ou menos sete pessoas, indo ao encontro da oficina que localizada na descida, mais precisamente na rua Jardim. Entusiasmada, aventurei-me na subido ao Morro da Moenda, na direção de Austin, e acabei pegando carona com uma turminha animada: Suelen e seu filho, Roberta e, um pouco à frente, Sueli, Joseli e Bárbara. A galera já estava sentindo falta da sua Turma A.
Sobe morro, desce morro, a conversa foi ficando emocionante, principalmente porque as meninas ressaltaram que o projeto pode unir as pessoas no bairro e elas puderam conhecer e fazer amizades com as pessoas que conheciam, mas com as quais não tinha intimidade. Entramos no morro que dá na rua Jardim, e as meninas perguntaram um pouco sobre o meu trabalho de Jovem Repórter. Eu me emocionei com os elogios que ouvi delas.
Chegando lá, a pequena sala estava lotada de jovens. Espremidos um em cima do outro, eles ouviam atentamente as orientações das assistentes Andréia e Josédina e da oficineira Sibila. Ao mesmo tempo que os alunos prestavam atenção, os seus olhos brilhavam ao reencontrar os colegas, cumprimentando-os com um simples oi, para não atrapalhar o que estava sendo passado.
Os jovens não paravam de chegar e a sala ia ficando pequena para tanta gente. Além disso, faltou energia no bairro. A oficineira pediu então para que subíssemos para o terraço da igreja em que nos encontrávamos.
Em fileira e sob as últimas luzes da tarde, os jovens trocavam abraços, cumprimentos e sorrisos. Não apenas eles estavam felizes com a grande reunião – os oficineiros também. Até mesmo eu, apesar de saber que um repórter deve ser frio e imparcial, fui contagiada pelo clima de animação. Sinceramente, estava muito emocionada com tudo que estava acontecendo, pois nunca tinha visto algo semelhante no bairro em que moro.
Em grupos, os jovens preparavam os gritos de guerra para a grande final no domingo. Cacuia! Cacuia! Nunca vi este nome ser tão aclamado e festejado por tantos jovens. O grito de guerra vencedor foi o da Turma A e D. Mas isso não abateu os perdedores. No final, todos cantaram num só coro o hino que irá reger a torcida do Cacuia.
Abraçados, eles cantaram e pularam até fazer tremer a laje da igreja. A euforia com a possibilidade de defender o bairro onde moram era maior do que a resistência da laje da igreja. Nem mesmo os jovens repórteres (Carolina, Thamires, Pedro e eu) resistimos àquela euforia. A mais reservada entre nós foi a sempre tímida e reservada Carolina. Pedro, por sua vez, deu um show de malabares.
No final, todos se despediram com abraços apertados. Tínhamos a certeza de que domingo será um dia inesquecível para os jovens da cidade de Nova Iguaçu
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