Por Flávia Sá
A Rodilândia parou na noite do último sábado. É que pela primeira na história se exibia um filme sobre três personagens do bairro. Na tela montada ao ar livre na rua Ararapira, alternavam-se os rostos de Seu Pedro, de dona Manuela e da jovem Luana. Na platéia, familiares e amigos

Tirei várias fotos de Luana e saímos juntas para a noite lá fora. Ela me pareceu ansiosa, mas tentou disfarçar o seu nervosismo quando lhe perguntei como estava se sentindo. “Estou curiosa para fez como ficou o filme”, desconversou ela, que também se disse despreocupada com quem iria ganhar o prêmio.
Quando chegamos ao local da exibição, Luana foi dar um pouco de atenção a seus vizinhos, amigos e familiares.
Aproximamo-nos da família de Seu Pedro, o outro personagem do documentário. Só a família dele, composta por oito filhos, dezesseis netos e um bisneto, era suficiente para fazer a festa. Mas não pude deixar de prestar atenção em Eliete Marcelino Dias de Andrade, uma pedagoga de 30 anos que hoje mora em Niterói, onde dá aula na rede pública. Com certeza, ela era a mais emocionada ali. E olhe que eu não vi ninguém que não estivesse emocionado ali.
“De alguma forma, estou realizando um sonho que eu tinha, de fazer um filme dos 50 anos de casados de meus pais”, contou-me ela em meio às lágrimas.
Quando acabou o filme, Luana era só sorriso com tudo o que aconteceu naquela noite, muito embora tivesse achado estranha sua voz na tela.
Senti falta de barraquinhas em torno do evento. Eu teria tomado uma coca ou comido um milho quente. O povão ficaria horas ali, digerindo a beleza das imagens com a ajuda de uma cervejinha.
Depois, conversei com Maria Antônia Goulart, a coordenadora do programa Bairro Escola. Sua emoção era diferente da dos personagens, mas a felicidade estava estampada no seu rosto. “Fico muito feliz com mais essa vitória de reunir os moradores do bairro”, disse ela.
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