terça-feira, 30 de setembro de 2008

Acreditar dá mais certo

Bairro da Prata teve que improvisar, mas não perdeu animação
Por Larissa Leotério

"União Jovem da Prata – Arerê; A Prata veio para vencer". Esses foram os dizeres escritos na faixa trazida pelos jovens do bairro Prata. E foi com esse espírito que os jovens chegaram para o encerramento da primeira etapa do projeto "Minha rua tem história". A festa aconteceu na quadra da Vila Olímpica de Nova Iguaçu, neste domingo, 28 de setembro.
O clima era de puro entusiasmo. Verônica, Gláucia, Samuel, Gleice e Marcela eram facilmente vistos por causa dos adornos prateados e pelo gingado ao som do "Rap do Salgueiro". Se fôssemos traduzir aquele momento com uma só palavra, essa palavra seria "contagiante". Eu tive que dançar junto com eles!


A falante Alessandra de Souza fala, com a maior animação, sobre a expectativa para o início dos cursos profissionalizantes. Percebo que demos um gás na que seria a ação voluntária dos jovens: motivamos a permanência deles no Pro Jovem. O "Minha rua tem história" foi começar o Pro Jovem com o pé direito.

Boa relação
Minha constatação se confirma quando converso com Amanda Lopes. Apesar de ter adorado o projeto, a jovem reclama de duas coisas. "O projeto só pecou em dois fatores: ter sido tão curto e eu não ter ficado com câmera digital", diverte-se. Amanda está confiante que, antes mesmo do fim do Pro Jovem, irá encontrar um bom emprego para a ajudar sua mãe, dona Beth, nas despesas da casa.

No meio da conversa com a Amanda, fui abraçada pela Victória. Vocês lembram dela? É a planejadíssima filha da Tatiane Vieira Lima, de quem falei no último post que publiquei. Percebo, então, que a boa relação não foi estabelecida com a mãe, mas com a pequena também. Carinhosíssima, mostra o chapéu e o pompom da torcida da Prata.

Na prova de um minuto, as turmas tinham que usar esse tempo para impressionar a torcida e os jurados. Nesse minuto, pude perceber quão aguerrida era a galera da Prata, a última equipe a se apresentar na prova. A turma teve que mudar a apresentação na última hora por conta de uma "falha técnica" com uma das dançarinas. Nem o imprevisto afetou a união do grupo. Buscando uma solução para o problema, os jovens pediram a ajudo do tagarela Samuel para se apresentar e salvar o bairro Prata. Samuel cantou o rap "Periferia".

Fã do grupo
O moço mandou muito bem na prova, improvisando enquanto a galera dançava e pulava muito. Ao final da prova, perguntei a Samuel o porquê da escolha do rap. "Sou fã do grupo que canta essa música", diz ele. "Os Sacerdotes MC's.

Em suma, o projeto foi maravilhoso. Ver a alegria e a animação dessa galera é gratificante demais. Ser jovem repórter nesse momento não é fácil, porque acho que em muitas matérias acabei 'puxando o saco do projeto'. Achei sensacional, que foi um grande incentivo para essa galera que está chegando ao Pro Jovem.

Todos começaram muito bem, muito empolgados. E esse é o caminho. Para tudo que fazemos. Acreditar dá mais certo. Eu duvido que alguém que esteve neste domingo na Vila Olímpica não acredite no projeto. Duvido que alguém tenha ido sem a vontade de vencer. Essa empolgação não vem da bolsa que eles recebem, como já ouvimos por aí. Essa energia vem das oficinas, dos oficineiros, dos assistentes, e de nós, jovens repórteres. E por que não acreditar? A cada dia eu acredito mais!

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