quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Fogo na Palhada

Amigas inseparáveis incendeiam Vila Olímpica
com rap de amor à Palhada


O evento da Vila Olímpica vai ficando para trás, mas quem esteve lá com certeza não esqueceu a atitude, o talento e muito menos o charme de Suelen Ribeiro e Íris Brandão dos Santos. As duas tiveram a ousadia de tomar o microfone das mãos de Marcus Vinícius Faustini e cantaram um rap que compuseram com o auxílio luxuoso de Daniel Felix Barbosa, Joana Helena Silveira Fernandes e Cíntia Pacheco, ao lado das quais cresceram nas ruas da mesma Palhada homenageada nos seus versos. "A Palhada é um ponto turístico", disseram, acompanhada do vocal de Nike, "onde não existe o infeliz desejo."

O rap começou a ser composto no momento em que o oficineiro Rafael Gomes estava preparando a participação da Turma B da Palhada, reunindo as palavras chaves das histórias sobre as árvores contadas pelo entusiasmado grupo que vai às oficinas do segundo horário nas terças e quintas-feiras. Reuniram palavras como cachorro, água de coco, infância, primeiro beijo e pique-esconde e foram para a lanchonete da mãe da Íris, um dos principais pontos de encontro dessas amigos inseparáveis. "Ficamos lá até onze da noite", lembra Daniele, que se autodenomina a "palhaça da turma". O rap foi concluído por Íris, às três horas da madrugada.

Diferenças religiosas
A amizade entre os cinco jovens, cujas idades variam de 20 a 24 anos, resiste inclusive às diferenças religiosas existentes entre elas. Grávida de seis meses, Cíntia Pacheco é a mais fiél à igreja evangélica que todas freqüentam, com exceção de Íris. Embora sejam cunhadas, Cíntia e Íris vivem situações diametralmente opostas quando o assunto é Deus.

"Eu tô no pecado", diz Íris em tom de galhofa. Cíntia, que também não conseguiu converter o marido JR Boladão, já atraiu para a obra do seu Senhor Suelen, Daniele e Joana. Mas uma frase de Suelen resume a diferença entre elas. "Eu dou meus pulos", admite Suelen.

O amor à música é o outro grande ponto de identificação entre essas mulheres, bem maior do que a dura vida de mãe de muitos filhos, como é o caso de Daniele, que já deu à luz três rebentos. "Adoro dançar é cantar", diz ela. Suelen é vocalista de um grupo de dança e autora de várias raps e funks. “Nada me atrapalha a compor”, diz ela. “Nem mesmo as noites de sonho que estou perdendo por causa do primeiro dentinho do meu filho.” Mas a mais ousada de todas é a Íris. "Gosto de fazer funks pornográficos", admite. Quando saem juntas para comemorar a vida, a primeira a se arrumar é Daniele. Pronta, ela vai na casa de Íris e Cíntia, que moram na mesma rua. Juntas, as três vão para casa de Suelen e da Joana.

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