quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A luz de Cacuia

Jovens da Cacuia ignoram falta de energia elétrica e fazem preparação no escuro
Por: Tatiana Sant’Anna, Caroline de Alcântara e Pedro Henrique
fotos: Thamires Folly

“Ah, sai da frente!
Sai que o Cacuia é chapa quente!
Força e união, o Cacuia é campeão!”
Esse será o grito de guerra cantado pelas turmas A, B, C e D no dia do encerramento do projeto Minha Rua Tem História, na Vila Olímpica de Nova Iguaçu. A emoção tomou conta de quem estava presente. Inclusive os jovens repórteres que estavam cobrindo este grande encontro.


A oficina iria começar às 17h30, mas às 17h15 o Morro da Moenda estava coalhado de jovens vestidos com a camisa branca do projeto. Era possível identificá-los à distância, enquanto subiam a ladeira em direção à Rua Jardim, onde se encontra a comunidade evangélica do Pastor Carlinhos no qual funcionam as oficinas. Animadíssimos, iam de moto, ônibus, bicicleta ou mesmo a pé.

A sala onde acontecem as oficinas ficou pequena para os mais de cem jovens que lá estavam. Espremidos, apertados, alguns no corredor à espera de uma vaga na sala, eles prestavam atenção nas informações passadas pelas assistentes Andréia e Josédina, e pela oficineira Sibila. Parecia que no centro da sala havia pastores, não os facilitadores do projeto “Minha rua tem história”.


A superlotação da sala e a falta de luz no bairro obrigaram a oficineira a conduzir os jovens para a laje do templo, onde os jovens acompanharam a produção para o evento do próximo domingo enquanto o sol se punha por trás do Morro da Moenda. A laje do templo chegou a tremer enquanto os jovens cantavam e pulavam. O barulho intenso atraiu os vizinhos, que, da janela, tiravam fotos dos jovens.

“Estou ficando sem voz”, disse a oficineira Sibila aos jovens, que não paravam de falar.
A animação terminou contagiando o jovem repórter Pedro Machado, que deu um show de malabares antes de os participantes da gincana social escolherem o grito de guerra que a turma irá apresentar no domingo e as turmas C e D dia ensaiarem a apresentação do bairro no festival do minuto.

“Cada um com o seu barulho”, dizia Andréia, negociando com os jovens os instrumentos musicais que cada um iria levar entre cornetas, apitos e chocalhos feitos com arroz e feijão cru. Também foram combinados os adereços que cada um vai usar: anteninha, cordão e gravata colorida, entre outros.

“Cacuia turma C, mais que vencedor, o prêmio é nosso”, diz a faixa que será apresentada no dia. Alguns grupos deverão se reunir às 14h30 em Austin, de onde partirão para a Vila Olímpica. Outros grupos combinaram de ir de ônibus.

A luz chegou no final da oficina, quando a maioria já tinha ido embora.


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