segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Palhada segundo Moduan Matus

Poeta Moduan Matus faz crônica sobre oficina na Palhada

Por Moduan Matus


A animação no grupo era geral no bairro da Palhada, mas todos compenetrados nas histórias surpreendentes que iam surgindo na roda.

A oficina do Pro Jovem ia sendo conduzida pelo oficineiro Rafael Gomes, com toda uma maestria que contagiava, fazendo chegar nas minúcias.

O grupo se abancou no amplo refeitório da Escola Municipal Edna Umbelina Sant’ana (e tinha até um lanchinho!), formando um círculo coeso e antenado. Quando chegava a sua hora de se apresentar, o jovem se levantava, lia ou contava a sua história, enquanto uma outra jovem filmava o desenrolar do enredo.

As histórias empolgavam a todos os presentes, algumas provocavam risos, outras consternação e teve uma que provocou lágrimas, pois a história da obra começou triste e foi ficando mais triste ainda, porém, depois de algum custo e susto, acabou tendo um final feliz e ovacionado.

Assim, na oficina, o tempo foi passando sem que ninguém se preocupasse ou olhasse para o enorme relógio na parede, pois cada história era parte da vida de cada um dos presentes. Vida exposta em detalhes. Vida construída com sacrifício, mas cheia de dignidade. Vida de pessoas que vieram de todos os lugares do Brasil e fizeram do bairro da Palhada a sua morada.

No centro da roda da oficina, os objetos iam ficando em exposição pelo chão. Pequeninos pedaços de suas próprias casas ou objetos que foram manipulados para construí-las, mas o que chamava a atenção era a empolgação do grupo, parecendo se agarrar com unhas e dentes a aquela oportunidade de estarem juntos, falando do próprio bairro. Das tristezas e alegrias; participando, sabendo que a vida é uma soma de emoções que se adquire aqui, ali e acolá.

Ali se sentia a emoção crescente, como o erigir de uma construção, numa oportunidade quase que única de ser feliz.

No final da oficina ainda teve o “Rap da construção” e declamação de poemas, fechando como calor das palmas e chave de ouro.

5 comentários:

Anônimo disse...

Poesia pura! Foi uma grata surpresa me deparar com a prosa limpa e encadeada do Moduan aqui. Adorei! Bjs, MA

Tigu Guimarães disse...

Moduan: Que bom ver este projeto...espero que seja possivel "registrar" tudo isso.
Um abraco desde madrid.
Tigu

Tigu Guimarães disse...

Ah..eu ando fazendo coisas na República Dominicana, se quiser e puder dar uma olhada: www.ccc-comunicacion.blogspot.com

esteblogminharua disse...

Caro Edgar, somente hj (22/02/2011) encontre este teu blog, que infelizmente está muito desatualizado, mas espero que vc ponha as mãos no teclado e deixe rolar por estas ruas tuas postagens.
Sou Franz Pereira (filho do Waldick) e estou longe da Baixada há 31/32 anos, mas carregando NI no coração.
Não sei se aida lembras deste velho amigo dos anos 70, tempos em que tomávamos chopps com poemas no "Chez Vin" (apenas para citar um local), que publicávamos alguns trabalhos (eu, era mais cartoons) no Jornal Agora (lembras?), na revista Equipe -do velho batalhador cultural e querido amigo Arthur Cantalice- etc. Pois é, foi um prazer andar por essas ruas... Curiosamente eu também tenho uma rua (http://esteblogminharua.blogspot.com). Espero que visite qualquer dia.
Deixo aqui um forte abraço, com votos de muito e perene sucesso.
Paraônicamente, Franz

Eleazar (zaá) disse...

Caro Amigo Edgar.
fico feliz pelo seu sucesso, eu eu sou o eleazar (zazá) criado com voce , gostaria muito de te d um grande abraço.