sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Eu, minha rua e minha estória na História

Oficinas de Cabuçu revelaram uma talentosa historiadora e agora nós estamos tentando atraí-la para a Escola Agência de Comunicação
Por Fernanda Bastos da Silva – Turma A de Cabuçu

Quando me inscrevi no ProJovem, não imaginava que conheceria o Projeto "Minha rua tem história" e que, ao buscar um projeto de inclusão social, me depararia com um espaço sociocultural e, ainda mais, que seria responsável por construir (em conjunto com os demais) um perfil para o meu lugar de vida. Em suma, o "Minha rua tem história" no qual mergulhei de cabeça foi a oportunidade que nos foi dada de, a partir de estórias narradas pelos cidadãos "cabuçuenses", construir a "história" do bairro.

Isso, é claro, não significa que não há nenhum documento histórico que fale do nosso bairro, mas que a nossa voz foi ouvida em "Viva Voz", até porque parte do conhecimento que eu demonstrei ter sobre a história de Cabuçu deveu-se às leituras e aulas que tive sobre o assunto no PVNC Cabuçu (Pré-vestibular para negros e carentes), além das conversas e experiências dos anciãos da "minha rua", principalmente meus pais, minha avó e meu noivo, professor de geografia do pré. O que quero ressaltar é que a voz do povo foi valorizada e isso é muito importante.

O certo é que pude "aprender ao estudar" mais sobre meu ambiente de vida, meu bairro. Outra coisa legal foi que a troca de conhecimentos na turma A foi primordial para o sucesso de nossas gincanas, encaradas por nós como projetos importantes. Nesses oito encontros, reencontrei amigos do colegial e conquistei novas amizades, aprendi a respeitar o empenho de uma literalmente ajudante, a Fofão (Elisângela), que realmente nos ajudou muito, tornando-se uma boa amiga.

No primeiro encontro na Vila Olímpica de Nova Iguaçu, pude conversar com o nosso prefeito Lindberg Farias e pedi um olhar mais atento à nossa comunidade, o que demonstra estar sendo realizado com o projeto. Cabuçu saiu do anonimato e tremeu as estruturas do ginásio. No último encontro no mesmo local, tive o orgulho de representar minha turma com a eleição do meu texto ("Um Índio, a Itaquaritinga e a Tabatinga" ou "De Cabuçu para a história", como postado no blog) na categoria "estórias de árvores e ruas" e, na ocasião, ganhei dez horas na lan house do meu bairro.

Inclusão cultural e social também é inclusão digital, a partir desse momento, realizei um sonho que muitos amigos e jovens que estudam têm: o de publicar um texto. Acredito na validade do blog "Minha rua tem história", assim como do projeto como um todo. As palavras encontradas na página do perfil de Cabuçu não são meros comentários ou bate-papo, são minhas idéias para o mundo, são minha contribuição para a construção da história do meu bairro na História.

Na terça feira (23 de setembro), tivemos o nosso último encontro na E. M. Abílio Ribeiro. Foi um encontro de despedida do "Minha rua tem história". Entregamos nossas entrevistas do Projeto "Cabuçu em Viva Voz em MP4" da turma "A". Apostamos na potencialidade dessa ação construída por nós para o desenvolvimento cultural do bairro. Fotografamos toda a turma e nos divertimos muito.

Não penso que o projeto está acabando, pois o conhecimento gerado por ele ficará para sempre. Aposto na continuidade dele por muitas e muitas edições e que o acervo de estórias que ele pode compor possa ajudar a mostrar para toda Nova Iguaçu e para o mundo, o que tem de valor em Cabuçu, até mesmo para os que moram há tanto tempo no bairro e não o conhecem.

Mas o Pro Jovem continua. Com certeza, estamos muito mais capacitados a nos profissionalizar com o crescimento humano que tivemos ao trabalhar em equipe e buscar nossa criatividade, hoje tão visada pelo mercado de trabalho. Ao final do programa, não seremos apenas auxiliares disso ou daquilo. Seremos profissionais humanos, cidadãos que buscam crescimento social e desenvolvimento cultural.

Os alunos do Pro Jovem têm potencial, os moradores antigos, as mães guerreiras, os artistas e pesquisadores (que existem no bairro) têm potencial para dizer, mostrar e cantar Cabuçu e suas estórias. Cabuçu possui sua identidade, sua cultura, ou melhor, "culturas". Cabuçu é um espaço de múltiplas relações socio-históricas e (re)criador de culturas.

2 comentários:

geografoedson disse...

Meu amor, Eu te amo!!!! Fico super feliz por estar sendo tão valorizada por seu trabalho. Pra quem não gostava de geografia quando conheci (é importante na compreensão da História). Adorei seu texto e fico muito orgulhoso por reconhecer a imoportancia do pré na sua vida. A galera do PVNC Cabuçu te manda um abraço, te agradece pelo texto no site www.geoeducador.xpg.com.br e te deseja muitas realizações. Não pare por ai, abraçe essa oportunidade e corra para o abraço, estude mais e produza mais, pode contar com todo o meu apoio e de todos do pré. espaço para divulgação vc já conquistou, importantes publicações no blog e um site geoeducador que espera ter suas palvras sempre. Bjs do noivo e parabens do professor. Edson Borges (Junior) GeoeducadorJr

Fernanda Bastos disse...

Também fico muito feliz por ter meu texto publicado no blog , MinhaRuaTemHistoria e no Site Geoeducador como citado no comentario anterior. quero agradecer à equipe do projeto, em especial, ao sr Julio Ludemir por apostar no meu trabalho pois, graças à sua atenção esse texto foi publicado, graças à atenção que ele prestou ao meu trabalho. Gostaria também de retribuir os meus agredecimentos ao prof Edson Borges (meu noivo e meu amor) e à galera do pré PVNC Cabuçu os quais igualmente apostaram no meu potencial e o publicaram no site. muito obrigada a todos voces pela força, carinho e atenção. Quero ressaltar que apesar de preferir a Biologia, nunca menosprezei a Geografia e menos ainda, a Historia, ainda mais sendo a minha historia . sempre gostei de ler e escrever (quase sempre pra mim). Agora o mundo pode ler. Obrigada!! Bjs Fernanda Bastos.