quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Os Jorges, as Gláucias, as Priscilas e as Larissas da Prata

Para jovem repórter, grande mérito do projeto foi acreditar no sonho dos jovens
Por Larissa Leotério

Hoje, 23 de setembro, foi o último dia do projeto "Minha rua tem história". E tantas histórias me comoveram. E quando vi as turmas juntas, percebi que não são apenas os sonhos que pude ouvir e escrever. São muitos os Jorge’s, as Gláucia’s, as Priscila’s, Alessandra’s, Samuel’s e Monique’s. São muitos os sonhos, e eu não pude escrevê-los todos. Mas, de certa forma, pude conviver com eles, com esses jovens sonhadores, que me fazem acreditar em algo maior. Que nos fazem acreditar que tudo isso aqui tem sentido.

Domingo, teremos a gincana de encerramento desta etapa do projeto e, certamente, lá estarão todos eles. Incrível constatar isso: mantivemos milhares de jovens empolgados, demos alguma perspectiva de futuro a eles. E dá um orgulho muito grande dizer que participei disso. Eu. Só uma jovem repórter, mas... Só isso? Não! Eu estive lá. Estive na ponta. Tive contato tanto com o objetivo do projeto desde o começo quanto com os oficineiros, assistentes, companheiros jovens repórteres e com eles, o nosso objetivo: os jovens da cidade.

Foi emocionante esse último dia com eles. Perceber tantas coisas, tantos ângulos que me escaparam por dias. Talvez, pela correria, pelas dificuldades das entrevistas, pelas preocupações com o tanto que havia a ser feito. E, no entanto, nesta terça-feira, dia 23 de setembro, pude perceber novamente os Jorge’s, as Gláucia’s, as Priscila’s, Alessandra’s, Samuel’s e Monique’s que estiveram presentes e que, com certeza, fizeram toda a diferença. Os sonhos do jovem que escreve rap’s, os sonhos das nossas jovens mães que levam seus filhos para as oficinas, e do dançarino, e da menina do projeto social, do rapazinho que tira uma hora na padaria em que trabalha para vir fazer um curso profissionalizante... Nada disso haveria senão por eles. As coisas não teriam dado tão certo, nossas oficinas não seriam tão animadas, tão dinâmicas.

O dinamismo do projeto, quase me passa despercebido o assunto. Bacana reparar também é que tudo acontece ao mesmo tempo e agora no "Minha rua tem história"! Difícil acompanhar tudo. Mas mais difícil é não se envolver com esse clima, com essa coisa boa. A esperança. Nada está perdido e sem falsa modéstia, nós, jovens, somos a engrenagem disso tudo. Somos quem pode fazer tudo funcionar. O fôlego da juventude, a animação e o vigor. Só precisamos fazê-los acreditar, acreditar que nem tudo está perdido e que, se forem atrás do que acreditam, podem transformar realidades, a começar pela própria. A mudança e a transformação começam por nós, dentro de nós. E só nós juntos, como aconteceu nessa primeira etapa, podemos transformar. Vimos o diferencial da unidade, das parcerias. E isso ainda vai se refletir, e muito, no futuro. Esperamos fazer a diferença para essa geração.

Estou orgulhosa de verdade por ter participado disso. Orgulhosa do meu município, das pessoas que moram aqui, das que tomaram essa iniciativa e contribuíram para que tudo acontecesse. Nova Iguaçu ainda vai ensinar a educação ao Brasil...

Orgulhosíssima Jovem Repórter

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