segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Minha rua tem história segundo Moduan Matus

O poeta e cronista Moduan Matus dá suas impressões
sobre a oficina de Cabuçu

Por Moduan Matus


Ali O grupo do Pro Jovem de Cabuçu é bem descontraído e bom de serviço.

Bem antes da hora marcada para o início da oficina, já se encontram “rodinhas” com jovens em conversas animadas e divertidas.


Dá para se ouvir que uma das jovens conta que pegou carona para chegar. Que a outra conta sobre as modificações feitas para personalizar sua blusa do Pro Jovem. Que uma das moças traz a sua filha de dois anos que já se sente totalmente à vontade entre a turma. Dá para ver outros chegando de bicicleta, vindos dos quatro cantos do bairro e outros que chegam caminhando tranqüilamente e, devagar, se postam no pátio da Escola Municipal Abílio Ribeiro, no coração de Cabuçu.


Ali estão pouco mais de 50 jovens entre seus diversos assuntos.


No início da oficina, eles preferem ficar no largo corredor, ao ar livre, entre as salas de aula, pois a noite promete ser de céu claro, lua, estrelas e uma brisa para refrescar e acariciar seus cabelos.
Um círculo, meio oval, de cadeiras se forma ao longo do corredor e a assistente Elisângela (mas conhecida na roda como Fofão, apesar de macérrima) vai impondo o seu ritmo acelerado, em seu estilo “underground”, chamando a atenção para si, dinamizando bem o ambiente.


Histórias e mais histórias sobre construção de casas ou em torno delas e de suas famílias, no bairro, vão pipocando por toda a roda. Pedaços da construção (antiga ou nova) de suas casas vão surgindo de bolsas, bolsos, sacolas e uma das participantes trouxe até uma armação em ferro, de uma clarabóia de uns 80 centímetros de diâmetro. No mais, são pedaços de tijolos, de cerâmicas, de reboco, de conduítes, de vergalhões, de telhas, pregos tortos e enferrujados, colheres de pedreiros, desempenadeiras e outros objetos que são exibidos e apreciados por todos os presentes.


A cada história contada emoções diversas são despertadas provocando, ora gargalhadas, ora compaixão, ora solidariedade, ora apreensão.


Mas, no final da oficina, todos saem mais leves, sabendo que vidas foram compartilhadas e que o futuro de seu bairro subiu mais uma fieira em sua construção.

Um comentário:

Fernanda Bastos disse...

Super legal a impressão de um artista sobre o nosso trabalho. Realmente a TURMA A busca a satisfação no que faz. A roda antes do inicio´é pra já entrarnos no espirito das gincanas e atividades diversas que a oficineira e a Fofão trazem para desenvolvermos. Daí a criatividade e a vontade são essenciais. Turma A!!!!!! Tudo de bom!!!!!!!!!!!!!!!!