Jovem repórter vence a dor por morte de amiga e escreve mais um texto sobre a emocionante oficina de terça-feira
Por Camila Oliveira
Na última terça feira, dia do encerramento das oficinas do projeto “Minha rua tem história”, presenciei uma das cenas mais lindas e contagiantes dessa minha trajetória como jovem repórter. Ao olhar aquele pátio com mais de cem jovens unidos e reunidos, senti uma energia tão vibrante e positiva, que compensou todo e qualquer esforço que enfrentei para chegar ao fim de mais esse projeto.
O melhor e mais emocionante momento foi a apresentação das músicas que compunham, para que uma delas se tornasse oficialmente seu grito de guerra. Logo na primeira apresentação era perceptível ver, nos olhos daqueles jovens, o orgulho e o entusiasmo por estarem apresentando algo criado por eles.
Finalmente parecia que estavam entendendo a importância que têm na sociedade, o tamanho da sua capacidade e até onde ela pode levá-los. Na verdade, acho que é bem mais que isso, vai muito além de saber até onde podem chegar, mas eles ganharam a convicção de que podem realizar grandes e numerosos feitos sem limitações, percorrendo um caminho que somente eles é que podem determinar se vão ou não seguir adiante.
Ao cantarem os gritos de guerra propostos, a alegria tomava conta dos seus corpos e logo podiam se ver aqueles pés se movimentando com batidas tímidas no chão, um de cada vez, ganhando um ritmo cada segundo mais acelerado, as palmas iam ganhando mais força e volume e rapidamente todos estavam envolvidos harmoniosamente naquele ritmo contagiante.
A farra era tamanha, que mal pude conter minha emoção e a empolgação que eu estava por fazer parte daquele grupo. Tive que me segurar para não entrar naquela roda e cantar e pular junto deles, mas quando menos esperava, o oficineiro chamou os jovens repórteres para o centro da roda e falou aos demais sobre o nosso trabalho. Sua intenção naquele momento foi mostrar ao pessoal do Pro Jovem que poderiam ir muito além, conscientizando-os de que nós, jovens repórteres, não estávamos ali por acaso e que desempenhamos um papel importante para a sociedade, papel esse que poderia ser desempenhado por cada um deles ali presente. Jamaica também explicou que todas as histórias trazidas por eles não foram em vão, havia uma finalidade, uma utilidade para a sociedade, simbolizando apenas o começo de uma grande e positiva mudança na história de Nova Iguaçu, na qual cada um deles é o principal protagonista pela construção desse memorável banco de memórias.
Essa certamente foi uma experiência gratificante e marcante na vida de cada um de nós, jovens, repórteres, oficineiro e assistentes, todos aqueles que tornaram realidade esse maravilhoso projeto, cada um com sua função desempenhou um papel de suma importância para que isso desse certo. Todos nós aprendemos muito mais do que transcrever histórias vividas por nós, ou representá-las de alguma forma fora do papel.
Enfim, essa convivência nos conscientizou do poder que temos nas mãos como cidadãos, fazendo-nos perceber como é possível mudar o rumo de nossas vidas sem ter que esperar que alguém nos diga o que e como fazer, mostrando-nos que temos potencial como qualquer pessoa independente do nível de instrução ou condição financeira que tenha, alertando-nos sobre a capacidade que todos temos para mudar aquilo que não está bom, mas acima de tudo fazendo-nos enxergar que sozinhos podemos alcançar alguns objetivos, mas juntos podemos alcançar qualquer um independente das circunstâncias. Certamente, uma experiência mágica que farei questão de carregar para sempre dentro do coração e da mente, além de pôr em prática tudo o que aprendi sobre a vida, com tantas outras vidas tão diferentes e ao mesmo tempo iguais a mim.
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