quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Só viu quem estava lá

Jovem repórter não acreditava no potencial de Prados Verdes, mas o último bairro de Nova Iguaçu marcou
a vida dele

Por Luiz Felipe Garcez

Não sei. Tanto que essa é a quarta tentativa de contar para vocês como foi a última oficina de Prados Verdes. Se o ditado diz quem viver verá, só quem estava naquela terça-feira pode ter noção da energia, do sentimento, da emoção e da vontade de mudar que impregnava o ar.



O projeto Minha Rua Tem História de Prados Verdes tem “o dedo” de cada jovem que participou, e isso inclui os assistentes Fernando e Elisangela, o oficineiro Mozart Guida e eu, Luiz Felipe Garcez, o jovem repórter. Cada um deu sua parcela de contribuição para que o Minha Rua desse os frutos que deu ao “final”, entre aspas mesmo, afinal as oficinas na escola municipal José Reis podem ter acabado, mas as conseqüências marcaram uma juventude inteira e continuará dando frutos enquanto o sentimento criado nas oficinas existir e for propagado.

Falando em propagação, esse foi o método que possibilitou as oficinas acontecerem. Por erros, naturais de acontecer, os alunos do Pro Jovem de Prados Verdes não foram avisados que deveriam se inscrever no Minha Rua no dia J, na Vila Olímpica, e a responsabilidade de entrar em contato com eles via telefone ficou com o Fernando e a Elisangela. Mas esse contato foi inútil, pois nem 10% dos telefones eram corretos. O jeito foi divulgar no improviso. E a primeira oficina aconteceu com três jovens, a segunda com seis, a terceira com 12 e por ai em diante, até o impressionante número de mais de 180 jovens inscritos. Graças à aceitação da comunidade, aos cartazes feitos à mão pelo Fernando, pela Elisangela e pela Hellen (aluna do Pro Jovem), e aos próprios alunos, que fizeram a divulgação boca a boca. Algumas oficinas foram realizadas enquanto eu, Fernando, Hellen e Elisangela conferíamos os documentos dos jovens que estavam se inscrevendo.



O projeto Minha Rua Tem História de Prados Verdes é a exata representação do projeto como um todo: foi sendo construído a cada dia, a cada gota de suor, a cada jovem novo que chegava com uma esperança. E nesta terça-feira, que encerramos com uma pequena festa com a contribuição de cada um, a sensação era de trabalho feito. A festa não poderia ter sido melhor. Os abraços sinceros recebidos então, nem se fala. O depoimento de um dos jovens, no meio da comilança e totalmente improvisado, dizendo que havia conseguido um emprego graças ao que aprendeu no Minha Rua Tem História, foi mais do que suficiente para causar a comoção geral, que já estava à flor da pele.

Mozart Guida falou aos alunos de sua experiência, de sua satisfação com aquele trabalho construído dia a dia, e me deu a palavra. Falei a eles que no começo achava que Prados Verdes era um bairro marcado apenas pela distância do centro de Nova Iguaçu e pela violência. Falei que a cada oficina que acontecia eu me sentia mais à vontade, mais em casa. Sentia que ali estava sendo construída uma família. Disse a eles que hoje tinha uma visão totalmente diferente de Prados Verdes e que essa mudança de pensamento não poderia ficar apenas comigo, que eles tinham que mostrar a Nova Iguaçu e para o mundo que Prados Verdes tinha valor e me utilizando de parte do discurso do Mozart, disse que eles iriam se formar no curso profissionalizante do Pro Jovem, mas que o sentimento de mudança e as atitudes que transformaram a vida de cada um ali e suas famílias não podia parar.

Saí de lá com a sensação de que um dia irei voltar, e será logo. E que Prados Verdes nunca mais será a mesma. Com muito orgulho de ter sido o jovem repórter de Prados Verdes, me despeço.

2 comentários:

Amigos cristãos do fogão. disse...

ISSO TUDO É MUITO VERDADE, ESTAMOS MUITO ORGULHOSOS POR TUDO O QUE ACONTECEU NESSE PROJETO, QUERO AGEADECER A TODOS QUE NOS DERAM ESSA OPORTUNIDADE.
SENTUREI SAUDADES DESSE POVO, LUIZ FELIPE, FERNANDO, MOZART E TODOS OS MEUS AMIGOS DA TURMA B.
BJOS

Tárcia Queiroz disse...

Eu me sinto muito feliz por ter tido a oportunidade de ser participante desse projeto,São coisas que aprendi que levarei comigo pra sempre pois vivi momentos muito marcante, as dinâmicas do Mozart me ensinaram muitas coisas e é importante ressaltar que ele é um profissional muito competente e é incrível a energia que ele transmite com seu lindo sorriso eu o agradeço pela paciência que teve comigo.Ele pôde nos mostrar a dimensão e a importância desse projeto e o que ele poderia causar de bom em nossas vidas e fez com que descobríssemos em nós sentimentos e capacidades que outrora desconhecíamos.Agradeço também o Fernando a Elisângela que estiveram sempre ao nosso lado nos ajudando no que podiam.Em fim só posso dizer que estou muito alegre e espero encontrá-los muito em breve foi um prazer conhecer-los e devo agradecer a todos os responsáveis por esse projeto foi de uma brilhante ideia. Bjos a todos e lembrem-se você pode ser o que quiser, só basta querer e ir a luta. Tárcia Queiroz turma d