Casal da Palhada luta pelo direito de se amar
embaixo de uma árvore
Por Géssica de Lourdes de Souza, Vanessa Paes dos Santos e Cristiane Ribeiro
Quando tinha 14 anos, Rosilaine conheceu Anderson, seu primeiro amor. Eles costumavam se encontrar debaixo de uma árvore em que moravam. Lá eles ficavam para namorar e fazer "ações inadequadas", como Rosilaine gosta de dizer. Tinham até um horário para se encontrar. “Das seis da noite até as duas da madrugada”, lembra ela. Era nesse horário que Anderson chegava do trabalho.
A árvore na qual faziam o “vuco-vuco”(outra expressão típica de Rosilaine) ficava em frente à casa de um senhor chamado Seu Geraldo. “Ele não gostava nem um pouco do nosso cantinho do amor”, continua ela. Ele não poupava esforços para dificultar a vida amorosa de Rosilaine e Anderson. “Ele chegou a passar arame farpado em volta da árvore para que nós não fizéssemos nossas ações inadequadas.”
Arame farpado
O casal tinha uma química com o local. Ali eles desabafavam, ali resolviam os problemas do cotidiano. Por isso, resolveram desafiar o coroa e tirar o arame farpado. “Ali era o nosso ninho. Não estávamos dispostos a abrir mão dele em hipótese alguma.”
Eles só abriram mão da árvore quando Anderson foi preso com um amigo por porte ilegal de arma e, ao tentar fugir do cerco policial, levou seis tiros. Quando soube, Rosilaine entrou em desespero. “Fui correndo para o Hospital da Posse, tentar vê-lo.” Os policiais de plantão no hospital foram tão insensíveis quanto o seu Geraldo, não deixando que ele visse o seu amado.
Presente de aniversário
A determinação mostrada diante da árvore foi repetida no hospital. “Como os guardas só me deixavam falar com ele pela janela, eu fiquei ali dias e noites.” Faltou aulas só para ficar mais perto de seu amor. Anderson, que tem uma bala alojada no pé direito, foi transferido para a delegacia de Nova Iguaçu depois de uma passagem pela delegacia de Vilar dos Teles.
Rosilaine tentou visitá-lo, mas teve que ir ao orelhão mais próximo da delegacia para ter notícias de Anderson. “Liguei para uma tia dele, que me disse que ele estava na casa dela.” Rosilaine não conteve as lagrimas nem a emoção, pois era o dia de seu aniversário. “Não podia ganhar um presente melhor do que saber que meu amado estava solto.”
Rosilaine pegou o primeiro ônibus para Mesquita, onde a tia de Anderson morava. E voltaram a se encontrar embaixo da árvore do seu Geraldo.
Rosilaine não está mais com Anderson. “Reatei um relacionamento com uma outra pessoa, que por coincidência também se chama Anderson.” Esse Anderson é o pai de seus filhos.
Um comentário:
O amor é lindo,e em certos momentos fica sem limites...
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