quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Velhos bailes de carnaval



Jovem repórter compara festa da Vila Olímpica a carnavais que ela viu na TV

Por Priscilla Castro

Estávamos no lugar certo, uma quadra esportiva, e o jogo ia começar.

Era possível ouvir o barulho da festa a quilômetros, ao chegar cumprimentei alguns amigos. Sentei no final da arquibancada para visualizar melhor. Tinha muita gente, todos enfeitados e dançando muito. Lá de cima a vista era ótima o suficiente para ver o trenzinho que se formara no meio da quadra, primeiramente com o grupo do bairro jardim tropical. Depois várias pessoas se empolgam e entram na locomotiva da alegria.




Após tanta animação, eu não poderia ficar olhando de fora, desço e me uno à muvuca. Foi difícil passar por entre eles, parecia concentração de escola de samba. Arcos com antenas coloridas passavam próximas aos meus olhos, era o Rancho Novo. Perucas de todas as cores e materiais chamavam a atenção no salão. As máscaras de carnaval que refletiam toda sua cor prata em meu rosto, me fizeram lembrar os bailes de carnaval dos anos 40 de filmes e seriados que já vi. No entanto, o grupo da Prata não ficou só nas máscaras. Eles também usaram chapéus de aniversário, todos da mesma cor, você já pode imaginar qual... Prata! Balões de festa de todas as cores sacudiam no ar. Como verde lembra um clima tropical, a galera do Jardim Tropical levou todos os balões verdes possíveis.




Não faltou torcida organizada, cada um à sua maneira, é claro. A torcida do Cacuia parecia as meninas e meninos cantores de Petrópolis, mais afinados e sincronizados que eles é improvável. No Alvorada, até as panelas da mamãe foram à festa, o negócio era fazer barulho. Essa também foi a estratégia do pessoal de Jardim Pernambuco, que chegou ao evento com uma banda musical quase completa: tinham prato e até tarol. O Tropical era uma espécie de Olodum.



Espírito esportivo

No festival do minuto, teve paródia e coreografia de tudo quanto foi ritmo e gênero musical. Escutei rap, axé, samba, forró e até cantiga de roda. As meninas do grupo de Vila de Cava fizeram até música sobre ecologia.

E a criatividade do povo não para por aí. Encontrei no meio de tanta animação um chocalho feito com garrafa de refrigerante, cheia de feijões dentro.




O mais interessante é que a rapaziada de todos os grupos, além de competir, dançou e se divertiu o tempo todo. Isso que é espírito esportivo. Talvez aquela frase já meio gasta e usada em todas as olimpíadas (o importante não é ganhar, mas participar) seja verdadeira.

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