Entusiasmado com obras do PAC, antigo morador de Vila de Cava cede muro para grafitagem
Por William Faria da Costa
Em mais um importante momento da gincana social "Minha rua tem história", jovens de Vila de Cava se reuniram na rua Muniz Barreto, principal rua do bairro, em frente à praça principal. Ficaram surpresos, quando descobriram que dessa vez a oficina seria de grafite. Dante e sua crew passavam um pouco dos seus para os jovens, que, refeitos da surpresa inicial, se identificaram totalmente quando o grafiteiro explicou que sua arte é um dos elementos básicos da cultura Hip Hop.
Os primeiros a se aproximar foram Josimar e Géferson. O primeiro, cujo nome completo é Josimar do Nascimento, tem 20 anos e mora na rua São João, em Vila de Cava. Ele, que não conhecia a arte das ruas, ficou empolgado com a descoberta. “É a maior viagem", disse Josimar, cujo nome foi inspirado no ex-lateral-direito da Seleção Brasileira. "Tô conhecendo um trabalho diferente, eu nunca tinha visto ninguém fazendo isto. É muito mais maneiro do que eu imaginava."
Desvirginamento
Quem também interagiu bastante, se jogando de corpo e alma, foi Géferson Santana, que tem 18 anos e mora na rua Canavial, em Vila de Cava. Ele também não tinha nenhuma experiência em grafitagem, nem jamais vira alguém desenhando. Seu desvirginamento no mundo Hip Hop foi bem mais divertido do que pensava. “Vale a pena conhecer outras culturas”, disse. “O grafite despertou o meu interesse", acrescentou, animado. "Pretendo estudar e aprender mais.”
Contribuição com o projeto
O proprietário do terreno de um dos dois muros grafitados pela crew de Dante se chama Florentino Moura Bento, que tem 56 anos e nasceu em Itaperuna, mas mora em Vila de Cava há 40 anos. Tem três filhos com Elisabete Rodrigues Bento, com quem está casado há 36 anos. Ele acredita que, com as obras do PAC, o escoamento da água da chuva vai melhorar bastante. "Antes enchia a praça e algumas ruas vizinhas", disse. "A lama deixava isso aqui um atoleiro só."
Seu Florentino tem acompanhado com entusiasmo a evolução das obras, que, como faz questão de dizer, “foram muito bem feitas”. "Por isso eu acho que a rua Muniz Barreto não vai mais se encher de lama", disse, aliviado. Dono de um ferro-velho, ele cedeu o muro de sua casa para a grafitagem quando soube do teor da mensagem: “A caixa d’água lá de casa é limpada a cada seis meses. E na sua?”, escreveram Dante e seus parceiros. "É uma mensagem positiva", disse o comerciante. “Assim eu também posso contribuir com o projeto."
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