sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Despedida com chave de ouro

Cacuia dá show de animação, união e companheirismo no encerramento do projeto "Minha rua tem história"
Por Tatiana Sant’Anna, Caroline de Alcântara, Viviane Menezes, Daniella Vieira dos Santos, Sheila Loureiro, Thamires Folly, Miriam Nascimento, Ana Paula de Oliveira, Marcus Vinícius, Pedro Henrique Gomes e Isabel Cristina
Fotos: Viviane Menezes

Nada de chororô ou tristeza no encerramento do projeto "Minha rua tem história", na Vila Olímpica, em Nova Iguaçu. Cacuia! Cacuia! Todos os 168 alunos gritando e defendendo o bairro onde moram. Mas para essa alegria toda se reunir, demorou um pouco.

Um imprevisto atrapalhou a chegada dos jovens na Vila Olímpica, que passaram de 20 a 40 minutos à espera de um ônibus. Alguns se desencontraram de seus amigos, o trânsito estava infernal: “Cheguei no ponto de ônibus com 20 minutos de atraso. Pensei que eles tivessem ido embora, pois marcamos às 15h no centro do Cacuia e quando cheguei, não vi mais ninguém”, diz Rafael Dantas.

Aos poucos, os jovens foram chegando, em grupos de três, seis pessoas. Animados, iam logo gritando: “Cacuia! Cacuia!” O grito facilitava o reconhecimento da equipe do bairro.

Estavam todos nervosos, inclusive a assistente de oficineira Josédina: “Cadê o Cacuia?”, perguntava preocupada, pois só havia uns quinze alunos representando o bairro na quadra.

A solução encontrada foi ficar um aluno no portão de entrada. Até os jovens repórteres se prontificaram a ajudar, como“guias turísticos” para os atrasadinhos. O último grupo, composto por 20 jovens, chegava com euforia total. Como os demais atrasados, eles colocaram a conta da demora no ônibus.

Apesar do estresse da chegada, a animação não passou. Todos tinham um só sentimento: “defender seu bairro!” Era uma satisfação imensa reencontrar o seu colega na porta de entrada da Vila Olímpica e saber que o importante não era mais o ônibus, mas sim, saborear a vitória com a sua turma, ganhando ou não os prêmios tão cobiçados.

Enfeitados pelos adereços escolhidos, os jovens pulavam e gritavam. Às 15h40, a festa já estava completa, estando todos os 168 alunos na quadra, que juntos gritavam: “Há! Sai da frente! Sai que o Cacuia é chapa quente!” Tinha até animador para inventar novas coreografias..

O batuque era o som da banda. Auxiliados por instrumentos como tambor, pandeiro, corneta e buzina, os jovens do Cacuia formavam o enredo da Minha Rua tem História.

Torcida organizada

A festa do Cacuia pode até ter demorado a começar, porém, depois de todo o atraso, a galera se esbaldou e se soltou na quadra da Vila Olímpica. Gritos, batuques, buzinadas, coreografias e, claro, muitas risadas dos 168 jovens que formavam umas das equipes mais animadas na festa de encerramento: “É uma satisfação estar aqui! É muita diversão e muita gritaria. Estou gostando muito”, diz Aline Bárbara, da turma C.

Apesar do atraso, uma das maiores preocupações dos alunos, Bruna Silva, da turma C, disse que ficou tranqüila: “Estava tranqüila, pois, se ficasse nervosa, iria passar nervosismo para a galera que ia se apresentar. Ficamos 45 minutos no ponto de ônibus, mas agora é só torcer pela minha turma. Só vou ficar feliz se eu ganhar! Aí vou ficar com certeza.”

Na apresentação do bairro de Cabuçu, Cacuia não se intimidou e pulou muito: “Está quente aqui! Tá show!”, diz Rafael Dantas, da turma A, que, junto com os amigos André, Luiz Henrique, Adriano e Alan, montavam o grupo da percussão.

Porém os sentimentos se confundiam: A angústia pela espera do resultado. A alegria da conquista. E a tristeza de não ter tido o projeto selecionado. Mas no geral, todos tinham a certeza de que todos ali presentes eram vencedores pelo simples fato de estarem ali fazendo parte da construção da história de Nova Iguaçu.

Compartilhando alegrias

Mesmo com a vitória do projeto do Bairro Jardim Pernambuco, o pessoal do Cacuia não se abateu: “Não estou triste. Tristeza não! Eu estou muito feliz por estar aqui!”, diz Gislene, da turma D. Os alunos continuaram nos seus batuques, formado com os outros bairros, uma grande festa. Mas o Cacuia não ficou de fora dessa premiação.

Um dos prêmios mais cobiçados, uma câmera fotográfica, foi para Gabriela Aparecida, da turma C do Bairro Cacuia. Com 18 anos, Gabriela não esperava ganhar o prêmio e ficou surpresa ao recebê-lo.

E as premiações não pararam por aí. A oficineira Sibila Pessoa ficou felicíssima com a premiação de Jardim Pernambuco, pois seu esposo é oficineiro do bairro vencedor: “Maridão ganhou e eu estou muito feliz também”, disse Sibila, pulando de alegria.

Os prêmios continuam sendo distribuídos. Mas não foi dessa vez que o nosso amigo Luiz Henrique, o Brother, conquistou mais um Mp4 (ele já havia ganho dois) Mas isso não o deixou triste: “Estou feliz por estar aqui”, disse o rapaz com um leve sorriso.

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