quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quem ama conserva
Por Larissa Leotério

Eles foram chegando aos poucos e de forma bem tímida, mas, assim que a oficina começou, eles ficaram muito mais à vontade. Essa coisa de quebrar a rotina do bairro, colocar os jovens na rua, estampar nos lugares a cara da juventude, realmente mexe com as pessoas, com os moradores. Um deles foi seu Luiz Carlos, que cedeu o seu muro em frente à Praça do Manhoso para a grafitagem. Ele aprovou a idéia logo de cara. “É desse incentivo que os jovens precisam pra transformar o bairro”, explicou

O grafiteiro Josué Gonçalves, para quem é ruim sujar as ruas e os muros com as pichações, explicou a importância da conscientização. “Onde há grafite, dificilmente há pichação”, afirmou ele, que tem 26 anos. Alguns jovens que passavam pela praça ficaram muito interessados e o abordaram, perguntando se a “galera do grafite” dava oficinas. Aquela foi a primeira oficina de que participaram.

O reduzido número de jovens da gincana social “Minha rua tem história” foi compensada pelo entusiasmo dos presentes. Um desses jovens empolgados foi Daiana Cortes, que estava tendo o seu primeiro contato com o grafite. “Quero aprender como se desenha dessa forma”, disse.

Durante a tarde, a grafitagem seguiu pelo bairro. Foi mais descontraída e, apesar de ter ainda menos alunos que na primeira oficina, bastante animada. E o objetivo foi alcançado em sua essência, com mensagens do tipo “A caixa dágua da minha casa é limpa a cada seis meses. E a sua?” e “Na minha casa, brincamos de não deixar a torneira aberta, e na sua”: a conservação do espaço feita por quem vive nele. Por meio da arte.

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