A memória de Nova Iguaçu através da narrativa
dos excluídos
Por Alcyr Cavalcanti
"Se todas as pessoas abandonassem o lugar onde vivem em busca de outros melhores, nenhum bairro iria pra frente."
dos excluídos
Por Alcyr Cavalcanti
"Se todas as pessoas abandonassem o lugar onde vivem em busca de outros melhores, nenhum bairro iria pra frente."
Wilson Antunes Pereira, morador de Nova Iguaçu.
Histórias singelas, na tradição oral, a verdadeira história a partir do ponto de vista de seus atores, aqueles que não tiveram vez, aqueles que não tiveram voz. A subjetividade é que vai fazer a diferença, pois as fontes orais contam não apenas o que a sociedade ou apenas um indivíduo fez, mas seus anseios, sonhos, esperanças.
As ruas também contam uma história através de mitos, lembranças, narrativas passadas de pai para filho, destes para seus filhos, para os filhos de seus filhos, e assim indefinidamente. A memória fica preservada, nunca se apaga, fazendo lembrar velhas histórias contadas à luz de uma fogueira, pelos nossos ancestrais.
A história oficial sempre tem sido um registro a partir do ponto de vista e dos interesses das classes dominantes, nem sempre corresponde aos acontecimentos que de fato ocorreram. Visões distorcidas ficam como verdades absolutas. Heróis permanecem ocultados, vilões e traidores ficam como heróis. Poucas vezes as idéias correspondem aos fatos.
Nos dias e noites acompanhadas pelos jovens repórteres percorrendo diuturnamente os dezessete bairros da imensa Nova Iguaçu, começou a ser construída a verdadeira história de uma cidade. Nomes de ruas, praças e monumentos públicos, deverão um dia ser modificados, passando a render homenagem a quem de fato lutou para merecê-las.
Narrativas insólitas, próximas a um realismo fantástico de um Julio Cortázar, ou de um Adolfo Bioy Casares. Para o jornalista e escritor Julio Ludemir, “as árvores de Nova Iguaçu nos permitiram descobrir uma cidade mística”. Narrativas cruas e diretas, parecendo matéria de jornais populares e também contos de terror à maneira de Edgar Alan Poe. As diferentes narrativas, contadas pela memória popular, vão permanecer para sempre entre nós.
Cada fotografia tem e conta uma história. A imagem como preservação da cultura através de seus personagens também foi mostrada em documentos fotográficos, gravados para a posteridade. Objetos, fotografias, quadros, funcionam como “apoios da memória”, ajudando a recordação de um passado distante.
Começar de novo
Os abnegados oficineiros transmitiam, através de uma dinâmica de grupo, vontade e confiança aos jovens, que acompanhavam tudo atentamente, olhos bem abertos, ouvidos bem atentos.
Meninos e meninas do Minha Rua, para servir como apoio em suas narrativas trouxeram pregos, pedaços de fio, cimento, martelos, alicates, fotografias, cartas, objetos preciosos lembrando as construções que marcaram suas memórias. Algumas foram construídas solidamente, outras simplesmente vieram ao chão. A ordem foi reconstruir, começar de novo.
As histórias contadas pelos jovens provocaram sentimentos diversos: desentendimento, ódio, dificuldade, raiva, tristeza, sacrifício, doação, esforço, fé e principalmente coragem e esperança.
Na “nova” Iguaçu de nossos dias, uma cidade determinada e firme em seus propósitos para superar os desafios do dia-a-dia, Minha Rua tem História foi um projeto que deu certo.
As ruas também contam uma história através de mitos, lembranças, narrativas passadas de pai para filho, destes para seus filhos, para os filhos de seus filhos, e assim indefinidamente. A memória fica preservada, nunca se apaga, fazendo lembrar velhas histórias contadas à luz de uma fogueira, pelos nossos ancestrais.
A história oficial sempre tem sido um registro a partir do ponto de vista e dos interesses das classes dominantes, nem sempre corresponde aos acontecimentos que de fato ocorreram. Visões distorcidas ficam como verdades absolutas. Heróis permanecem ocultados, vilões e traidores ficam como heróis. Poucas vezes as idéias correspondem aos fatos.
Nos dias e noites acompanhadas pelos jovens repórteres percorrendo diuturnamente os dezessete bairros da imensa Nova Iguaçu, começou a ser construída a verdadeira história de uma cidade. Nomes de ruas, praças e monumentos públicos, deverão um dia ser modificados, passando a render homenagem a quem de fato lutou para merecê-las.
Narrativas insólitas, próximas a um realismo fantástico de um Julio Cortázar, ou de um Adolfo Bioy Casares. Para o jornalista e escritor Julio Ludemir, “as árvores de Nova Iguaçu nos permitiram descobrir uma cidade mística”. Narrativas cruas e diretas, parecendo matéria de jornais populares e também contos de terror à maneira de Edgar Alan Poe. As diferentes narrativas, contadas pela memória popular, vão permanecer para sempre entre nós.
Cada fotografia tem e conta uma história. A imagem como preservação da cultura através de seus personagens também foi mostrada em documentos fotográficos, gravados para a posteridade. Objetos, fotografias, quadros, funcionam como “apoios da memória”, ajudando a recordação de um passado distante.
Começar de novo
Os abnegados oficineiros transmitiam, através de uma dinâmica de grupo, vontade e confiança aos jovens, que acompanhavam tudo atentamente, olhos bem abertos, ouvidos bem atentos.
Meninos e meninas do Minha Rua, para servir como apoio em suas narrativas trouxeram pregos, pedaços de fio, cimento, martelos, alicates, fotografias, cartas, objetos preciosos lembrando as construções que marcaram suas memórias. Algumas foram construídas solidamente, outras simplesmente vieram ao chão. A ordem foi reconstruir, começar de novo.
As histórias contadas pelos jovens provocaram sentimentos diversos: desentendimento, ódio, dificuldade, raiva, tristeza, sacrifício, doação, esforço, fé e principalmente coragem e esperança.
Na “nova” Iguaçu de nossos dias, uma cidade determinada e firme em seus propósitos para superar os desafios do dia-a-dia, Minha Rua tem História foi um projeto que deu certo.
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