terça-feira, 4 de novembro de 2008

Grafite em família

Zaira está rompendo a barreira do machismo
no hip hop carioca
Por Luiz Felipe Garcez

A cada oficina de grafitagem da gincana social "Minha rua tem história", acontece uma coisa diferente. E dessa vez, em Jardim Pernambuco, a novidade foi o toque feminino de Zaira. Filha e irmã de grafiteiros, ela é a responsável por Duda, uma boneca gordinha e baixinha inspirada em uma prima sua.

Numa rápida conversa, Zaira deixa claro que mulheres não são muito comuns, mas que a galera gosta porque é diferente. "Não necessariamente porque o grafite que faço é feminino", explicou. "Mas porque sou uma mulher grafitando."

Antes de ser grafiteira, Zaira é artista plástica. "Já trabalhei em galpões de escola de samba", explicou. "O grafite é um hobbie."

Uma pessoa não pode viver só de arte, e Zaira não foge à regra. "Sou recepcionista em uma clínica", lembrou ela. Preocupada com o futuro, ela estuda publicidade na UNIGRANRIO de Caxias. "Faço publicidade porque quero criar arte na publicidade."

Zaira explica que os grafiteiros normalmente têm o seu personagem e o dela é uma boneca gordinha, que ela batizou de Duda em homenagem a uma prima. "Duda pode ser encontrada em vários muros de Nova Iguaçu e da Baixada", explicou.

Zaira dava um toque a mais nas oficinas e as jovens que acompanhavam a oficina se encantavam com ela. Pacientemente, ela ia fazendo as meninas perderem a timidez e pegarem num jet.

Zaira quebra preconceitos, mostra que no grafite a mulher tambem tem espaço. Diferente, ousada, Zaira é o retrato do Minha Tem História.

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